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02 junho, 2009

BIOGRAFIA DO BATALHÃO CAÇADORES 1919



BATALHÃO DE CAÇADORES 1919



Composto por 4 Companhias - C.C.S. -1716 –1717 -1718
ZALA anos 1967/68 – MALANJE anos 1968/69
O Batalhão de Caçadores1919- foi criado em 15/5/1967 e teve como Unidade Mobilizadora o Regimento de Infantaria 1 - Lisboa
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Antes de mais, cumpre-me felicitar e agradecer a estes antigos camaradas
e julgo que comigo estarão todos quantos fizeram parte desta unidade, o terem
empreendido tão grande e significativa tarefa , que certamente muito irá contribuir para avivar nas memorias daqueles que tiveram a honra de servir no
Batalhão Caç. 1919 em Angola, o que significou este pedaço das nossas vidas,
passado longe dos nossos e da terra onde nascemos, em condições adversas
e, quantas vezes, em risco da própria vida.
Pois o que me move fazer este blogue é ficarmos com uma informação simples mais concreta e objectiva sobre o Batalhão, as suas actividades e os serviços por ele prestados durante a sua permanência em ANGOLA.. E, todos, que nele servimos , só temos razões para nos orgulhar de termos cumprido um dever, que nos foi imposto , e avançado decididamente para uma situação que, sabíamos bem, seria dura, difícil e perigosa.
Talvez, reflectindo agora, sejamos levados a concluir que todo este esforço não foi compensado ; mas, isso em nada diminui o valor de tudo quanto então fizemos e de como cumprimos o que nos foi exigido.
Aqui recordo os mais de dois anos difíceis , que passamos no Norte de Angola, com abastecimento por paraquedas,numa zona mais comprometidas da região.
E, certamente , lembro os meus camaradas com muita emoção e saudade, os que lá deixaram as suas próprias vidas. Esses sim fizeram a dádiva total.


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O Batalhão de Caçadores 1919 foi criado em 15 de Maio de 1967 e tem como Unidade Mobilizadora o Regimento de Infantaria nº 1 - Lisboa
Em 28 de Maio de 1967 as Companhias do Batalhão de Caçadores do 1919 deslocaram-se para a carreira de tiro da Serra da Carregueira aonde foi ministrada a I.A.O.
Em 11 de Junho de 1967 O Batalhão deslocou-se para região de VALE de LOBOS aonde se realizaram os exercícios referentes á ultima parte do I.A.O. concluídos estes, as subunidades regressaram aos aquartelamentos,
Em 19/6/67 todo o pessoal do Batalhão entrou no gozo de 10 dias de Licença nos termos da N M A P U. Findo esta, todo o pessoal efectuou a sua apresentação no R. I. nº1, aonde ficou concentrado aguardando o embarque para a R.M.A.
O Nível de Instrução do Batalhão. Apto para o Combate.
Em 1 de Julho de 1967, pelas10,30, a cerimónia da bênção e entrega do seu guião, cerimónia essa que tinha ainda por fim constituir um preito de homenagem a todos os que nas Ex. Províncias Ultramarinas mantiveram a integridade da Nação.
O Embarque efectuou-se a 5 de Julho de 1967 cerca das 10 horas, após breves recomendações sobre o embarque, todo o pessoal do Batalhão subiu a bordo do QUANZA afim de ali embarcar as bagagens de camarote, após o que destroçou no Velho Cais da Rocha de Conde Óbidos , o navio com destino a Angola e desembarcou cerca das 11 horas em Luanda a 20 de Julho de 1967.
Depois de uma pequena estadia no Campo Militar do Grafanil donde no dia seguinte iniciaram-se os contactos com as repartições do QG/RMA e bem assim com as diferentes Chefias de Serviço, contactos esses que se prolongaram até 25 de Julho de 1967.
Em 26 de Julho de 1967, cerca das 7,00, viajando em 40 camionetas de carga civis, o Batalhão deslocou-se para ZALA, onde chegou no dia seguinte, pelas 10 Horas.
No dia imediato foi iniciada a rendição do Bat. Caç. 1892 pelo Bat. Caç, 1919 . Para além dos trabalhos a efectuar , realizaram-se jogos de futebol entre equipas de oficiais, sarjentos e praças dos dois Batalhões e bem assim dois actos de variedades, sendo promovido pelo Bat. Caç. 1892 e o outro pelo Bat.Caç.1919. No Cemitério local foi efectuado também uma cerimonia em homenagem aos militares caídos em defesa da Pátria ali sepultados.Encontravam-se presentes os Comandantes e elementos do dois Batalhões.
Em 01 deAgosto de1967,O Batalhão de Caçadores 1919 assumiu a responsabilidade do subsector. As companhias C.C.S-1717 e 1718 ficaram no Acampamento de ZALA.Sendo a Companhia 1716 destacada para o Acampamento Vila Pimpa que ficava a cerca de 12 Km distancia de ZALA.

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AQUARTELAMENTO DO ZALA
1º Período Operacional – Região dos DEMBOS
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A Zona onde o Batalhão ficou estacionado , tinha aspectos característicos, tais como zona bastante acidentada e cortada por vales e de densa vegetação, com curso de água importantes, sendo o principal Rio LOGE e LUÉ. O Sector era essencialmente agrícola, com algumas antigas fazendas abandonadas, tendo sido antes do inicio da guerra um grande produtor de café e óleo de palma.


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Relativamente á Rede Rodoviária, existiam alguns itenerários


Zala-Bela Vista- (42 Km) passando pelo famoso Bico do Pato.
Zala-Vila Pimpa- (12 Km) Aquartelamento donde estava a nossa Companhia 1716
Zala-Madureira-(19 Km) Fazenda produtora de Café (onde estava uma companhia independente)
Zala-Nambuangongo ( Cerca de 50 Km.)


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ACTIVIDADES DESEMVOLVIDAS NO SUB-SECTOR DEMBOS PRINCIPALMENTE AS QUE TIVEMOS BAIXAS OU FERIDOS NO BAT.PERÍODO DE 2/8/1967a 27/10/1968
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Em 20-AGOSTO-67, pelas 04.00, o IN flagelou com um tiro de pistola, na picada ZALA-BELA VISTA uma coluna da C.Caç.1717 que se dirigia a BEIRA BAIXA. O referido tiro atingiu uma praça na perna esquerda. Perante a reacção das NT o IN retirou. Um Ferido C.Caç.1717

Em 29-AGOSTO-67, pelas 20,00,2GC/C.Caç.1716 escoltaram o MVL na picada ZALA.BELA VISTA a fim de trazer o MVL para ZALA , uma viatura pesada GMC accionou um engenho explosivo IN que destruiu a referida viatura e causou 3 feridos graves. 1 Ferido C.C.S. e 2 C.Caç. 1716.

Em 14-DEZEMBRO-67, pelas 20,00, 2 GC/ C.Caç.1718 montaram emboscadas, durante dois dias, na região. Foram avistados 5 elementos IN, dos quais foram feridos dois - Foi detectada e destruída uma armadilha AP. 2 Feridos da C. Caç. 1718.

Em 14-MARÇO-68, pelas 15,00, 2 GC/C. Caç. 1717 e 3 GC/C.Caç. 1718 efectuaram um golpe de mão ( Op. LUA CHEIA ), durante dois dias , sobre o “quartel” IN de QUIBUNDA . Foi destruído o “quartel” e o IN sofreu 2 baixas controladas e mais 2 baixas prováveis. As NT sofreram nove acções de fogo IN que lhes causaram1morto e1 ferido (guia).1 Morto C.Caç1717 .

Em 28-MARÇO-68, pelas 23,00, a coluna do MVL, que havia saída de ZALA em 28MAR68, pelas 14,30, de regresso á B.Vista, foi emboscada 2 Km após o Bico do
Pato, com fogo de PM.,
não muito intenso, feito de ambos os lados da picada, por um grupo do IN não estimado, mas supõe-se que de poucos elementos . O fogo durou cerca de uma hora ; parava quando as NT respondiam e surgia de novo logo que as viaturas reiniciavam a marcha. 1 Morto C.Caç.1717.
Em 19-MAIO-68, pelas 14,00, uma viatura posta, imprudentemente, a funcionar,por uma praça, pôs-se em marcha e colheu, contra uma parede um Cabo da C.C.S. Evacuado nesse mesmo dia para o H.M.L., por via aérea. Faleceu em 04 de Junho de 1968, pelas 11,45.

Em 01-AGOSTO-68, pelas 08,00 , na região da picada BELA VISTA-ZALA,um grupo IN, não estimado, flagelou a ultima viatura de uma coluna, constituída por 1 GC/1716 e 1 GC/1718 com o Comandante da primeira das referidas companhias, que se dirigia de B.VISTA para a região de
BICO DO PATO . A coluna escoltava as viaturas civis que transportavam material de aquartelamento e a bagagem dos GC que regressavam a ZALA. As NT sofrera um
ferido, pelo salto em más condições da viatura alvejada.1 Ferido da C.Caç.1718


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2º PERIODO OPERACIONAL- REGIÃO MAJ (Distrito de Malanje)
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O Sector MAJ , compreendido a totalidade do Distrito de MALANJE , tem a configuração aproximada de um trapézio escaleno, com uma superfície de 103.225 Km2. , ou seja a área
coberta por Portugal e a Galiza (Espanha). Uma região sub-planáltica e uma região de grande planalto, A primeira, com altitudes entre 400 e 700 metros , engloba parte do concelho de Cacuso e a faixa leste, correspondendo á bacia do rio Cuango ,denominada Baixa de Cassange.A segunda, com altitude superiores a 1.000 metros corresponde á restante região de sector.
O relevo, constituído por leves ondulações, mais pronunciadas junto aos cursos de água, apresenta no seu curso , no seu quási invariável traçado a chamada falésia. Esta , que constitui o limite entre as duas regiões, é cortada,ora em escarpa abrupta, ora em suave declive,descendo num desnível aproximado de 450 metros. Além das cordilheiras de Tala Mungongo e da Cabatuquila .
Como resultado da sua variante orográfica e hidrografia , existem no sector os mais ricos pontos Turísticos da Província , sendo os principais : Quedas do Duque Bragança 90 km Quedas do Guilherme-315 km Quedas dos Bem-Casados-135 km -Rápidos do Condo 35 km –Salto de Cavalo 95 km – Lagoas do Cuanza 51 km – Morro do Mulo 170 km - Morro do Bango 150 km – Pedras Negras 114 km – Pedras Jingas 90 km- Reserva de Cangandala 60 km – Miradouro de Cabatuquila 97 km- Varanda de Pilatos 102 km e Furnas de Cacolo-Calombe 40 km .
No inicio de mês de Novembro de 1968, o Batalhão 1919 rodou de zona operacional , tendo sido colocado no Distrito de MALANJE, com o seguinte dispositivo: Comando e C.C.S. – Malanje C.Caç.1716 Nova Gaia–C.Caç.1717 Forte Republica-C.Caç.1718 Marimba-Mangando-Anguengo.
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ACTIVIDADES DO SECTOR MAJ/MALANJE de 8/11/68 a 8/8/69
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Em 23/Março/1969-pelas 10,30, Faleceu, devido a afogamento na Piscina de Malanje O Soldado Atirador nº 02000467 da C.Caç.1718
Em 24/Maio/1969- pelas 07,45, quando 2 GC/C. Art.1702 se deslocavam de Quiaje para a base de trabalhos da C. Eng. 2491 nesta região , foram emboscados por um grupo IN não estimado , que desencadeou, num curto espaço de tempo, intenso fogo de armas automáticas sobre a ultima viatura. Em resultado da acção inimiga ficou gravemente ferido o soldado cond. a rodas Nº 02844867, da CCS/ B.Caç1919. Evacuado para o H.M.L., por via aérea , ali faleceu pelas 13,00 daquele dia. Morto em combate
Em 01/Junho/1969 – pelas 11,00 , Faleceu , devido a afogamento no Rio CAMBO , o soldado atirador da C.Caç.1718


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